Há no Brasil um delicado momento de descrédito em relação as organizações reguladoras da sociedade, entre elas: os poderes executivo, legislativo e judiciário. É um período de crise institucional e social, que dura mais de quatro anos e que pode se agravar se não houver por parte da população um discernimento quanto a responsabilidade de cada pessoa num sistema democrático.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu uma carta para a população brasileira em sua última assembleia, reafirmando o compromisso da Igreja com a esperança: “Continuemos a afirmar a nossa esperança, sem esmorecer” (Hb 10,23). Nela, os bispos afirmam que a atual situação do país exige um compromisso de todos os cidadãos e das instituições e organizações responsáveis pela justiça e pela construção do bem comum. Segundo Papa Francisco, “todos os cristãos, incluindo os pastores são chamados a preocupar-se com a construção de um mundo melhor” (EG, 183).
Neste contexto, as eleições de 2018 exigem um compromisso ainda maior com a esperança. Elas serão um momento propício para revigorar a esperança em dias melhores. Para isso, é necessário abandonar os caminhos da intolerância, do desânimo e do desencanto. Sempre é possível superar as crises, encontrar saídas, fazer da crise uma oportunidade única de crescimento e de amadurecimento.
A campanha eleitoral se torna momento propício para buscar mudanças no país. Portanto, não merece ser eleito ou reeleito candidato que se rende a uma economia que coloca o lucro acima de tudo e não assume o bem comum como sua meta E nem os que propõem e defendem reformas que atentam contra a vida dos pobres e sua dignidade.
Que o Senhor “nos conceda mais políticos, que tenham verdadeiramente a peito a sociedade, o povo, a vida dos pobres” (EG, 205).
Por Fernando Anísio Batista / Secretário Executivo da Ação Social Arquidiocesana (ASA) / Artigo publicado na edição de julho de 2018, do Jornal da Arquidiocese, página 05
Fonte: Arquidiocese de Florianópolis