Para discutir migração e políticas públicas, a Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC), em parceria com a Arquidiocese de Florianópolis, realizou na tarde desta segunda-feira, 20 de maio, um encontro com senadores, deputados estaduais e federais catarinenses. O evento, realizado no auditório da Faculdade Católica, contou com a presença de 5 deputados estaduais e federais e 1 senador. Também estiveram presentes no encontro o bispo de Caçador e presidente do Regional Sul 4 da CNBB, dom frei Severino Clasen; o bispo de Lages, dom Guilherme Werlang; o bispo de Blumenau, dom Rafael Biernaski e o arcebispo de Florianópolis, dom Wilson Tadeu Jönck.
Durante a cerimônia de abertura, o diretor da FACASC, padre Edinei da Rosa Cândido, disse que este modelo de encontro acontece há três anos. “Nos anos anteriores o evento aconteceu apenas em nível arquidiocesano, com os prefeitos e vereadores dos municípios de abrangência do território da Arquidiocese de Florianópolis. Neste ano, o evento ganhou um alcance estadual por receber deputados e senadores de Santa Catarina”, disse o diretor.
Padre Edinei continuou sua fala ressaltando que o espaço oferece uma oportunidade de diálogo entre lideranças políticas e católicas. “Este momento é impulsionador para ações concretas que visam debater a vida do povo em que, cada um, Estado e Igreja, tem sua ação. Em Santa Catarina, a Igreja está em contato constante com os migrantes. Nosso estado é o quarto que mais recebe migrantes no país. A Igreja em Santa Catarina tem acompanhado e acolhido, através de programas e projetos, as diversas questões migratórias”, declarou.
O arcebispo de Florianópolis, dom Wilson Tadeu Jönck, falou aos participantes do Encontro que a Igreja, por missão, trabalha no âmbito social e nas questões migratório. “Dentre tantos temas, a migração é um dos mais urgentes para a atualidade. Apesar de sermos um país formado por migrantes, somos tardios na construção de leis e políticas públicas para as questões migratórias”. Dom Wilson também citou três atitudes que impulsionam a ação social nascida da Igreja: o amor, que é estar para o outro; a justiça, que é dar ao outro o que é o outro e a solidariedade, que é o empenho que é necessário para que aconteça o amor e a justiça.
Também foi concedida a palavra ao presidente do Regional Sul 4 da CNBB, dom Frei Severino Clasen, que agradeceu a iniciativa e disse que sem parcerias não se constrói nada. “Nós, Igreja e Estado, precisamos formar juntos um grande mutirão de acolhimento para aqueles que vem e, com dignidade, querem permanecer no meio de nós”, disse.
Mesa Redonda – No intuito de dinamizar a reflexão no Encontro, foi proposta uma mesa redonda com a participação do coordenador estadual da Pastoral do Migrante, padre Marcos Bubniak; da especialista em questões migratórias, doutora Dalila Maria Pedrini e o migrante haitiano, há sete anos no Brasil, Jean Samuel Rosier.
De acordo com padre Marcos Bubniak, parafraseando o papa Francisco, o imigrante não é uma ameaça, ele é uma oportunidade. “Na Mensagem Mundial para o dia do Migrante deste ano, o Papa Francisco lembrou a importância do acolhimento. Acolher é ajudar, também através dos nossos centros, programas e projetos, as pessoas que chegam até nós em estado de vulnerabilidade, tornando-as dignas”, explicou.
Já a doutora Dalila Pedrini ressaltou a importância e urgência da criação de uma lei estadual que institua uma política pública, para que a população migrante possa garantir o acesso a direitos fundamentais, aos direitos sociais e aos serviços públicos. “Santa Catarina é uma colcha de retalhos culturais de diversidade em raças e etnias. Somo todos imigrantes. Se faz necessária a implementação de uma lei que possa garantir o respeito a diversidade, a intercuturalidade e, ao mesmo tempo, combater a xenofobia, o racismo, a intolerância religiosa entre outros”, declarou. A doutora disse ainda, que, “a grande meta da atualidade é a inclusão dos imigrantes e refugiados na sociedade brasileira”.
Após as falas, o encontro foi aberto para partilhas, perguntas e contribuições dos participantes, diante do que foi discutido na mesa redonda.
Fonte: CNBB Sul 4
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